Crossfit e ombro

Modalidade que ganhou o coração (e os músculos) de muitos indivíduos ao redor do mundo, o Crossfit passou a ser uma boa opção para aqueles que precisam/querem fazer um treino de força, mas não gostam de musculação.

Antes de mais nada, preciso deixar claro que a minha intenção com esse artigo não é criticar a prática, mas falar sobre a íntima relação do Crossfit com as lesões no ombro. Porque toda prática esportiva envolve risco de lesão, principalmente quando mal executada – e com esse esporte não será diferente, não é mesmo?

Criado por Greg Glassman, a modalidade é descrita, basicamente, como um conjunto de movimentos funcionais variados e realizados em alta intensidade. Tais movimentos são associados a inúmeros esportes, como ginástica, corrida, remo e levantamento de peso. Como já adiantei, alguns exercícios do Crossfit podem colocar o ombro em posições que estressam as estruturas vitais da articulação, o que só piora em um cenário em que falta técnica ao praticante.

A lesão no manguito rotador, por exemplo, é uma das causas mais comuns de dor no ombro na comunidade Crossfit. Se formos falar nas principais, podemos destacar algumas: tendinopatia do manguito rotador, artrose acromioclavicular, osteólise da clavícula distal, discinesia escapular e instabilidade/luxação do ombro. Mas, a pergunta que não quer calar: por que isso acontece? Bom, o ombro foi projetado para suportar determinado peso, além de ser a articulação mais flexível do corpo. Alguns exercícios do esporte colocam uma sobrecarga no ombro, principalmente nos movimentos acima da cabeça, comuns em levantamento de peso, bananeiras, agachamentos, etc. E essa sobrecarga somada ao uso repetitivo, excesso de treino, falta de tempo de descanso e até o desgaste natural do tempo, põe os ombros dos praticantes de Crossfit em risco. Isso não significa que você precise cessar a atividade, mas sim que necessita de alguns cuidados. E eu trouxe alguns aqui:

  1. Trabalhe flexibilidade e mobilidade;
  2. Aperfeiçoe os estabilizadores da escápula e a força do manguito;
  3. Atente-se à sua postura e ao posicionamento escapular;
  4. Evite excessos e procure um profissional.