Frio ou calor?

Se você já praticou algum exercício físico, então já sentiu dor muscular pelo menos uma vez. E diante desse incômodo, o que fazer?

A primeira coisa que você precisa saber é: se a dor for associada ao esforço físico e não ao excesso de treinamento ou execução errada, então ela faz parte do “jogo”. Dessa forma, o uso de medicamentos anti-inflamatórios para “escapar” dessa dor, além de atrapalhar uma resposta fisiológica do seu corpo à atividade física, pode trazer danos à sua saúde.

Uma solução seria o uso de bolsa de gelo ou de calor no local. E agora eu te pergunto: você sabe qual é a melhor opção em cada situação?

Bom, para responder a questão acima, precisamos entender como o nosso corpo reage ao frio e ao calor.

No frio

Nesse primeiro caso, a redução de temperatura diminui o fluxo sanguíneo da área afetada, fazendo com que menos mediadores inflamatórios cheguem no local, até que a região desinche. Além disso, após 5 minutos com o gelo, o local fica anestesiado, reduzindo a dor. Assim, nos casos adequados, o frio pode ajudar na recuperação mais rápida de uma lesão mais “leve” nas articulações ou traumas pequenos.

Por outro lado, o ponto mais importante que você precisa compreender é: frio é mais útil na fase aguda, isto é, em até 48 horas após a lesão. Para ilustrar melhor, veja alguns exemplos de casos em que essa medida pode ser utilizada:

  • Pancadas e traumas;
  • Depois da realização de exercícios físicos e atividades muito intensas;
  • Exacerbação de tendinites;
  • Lesões ligamentares.

No calor

Podemos dizer que o calor age de forma contrária ao gelo: enquanto o gelo contrai os vasos e diminui o fluxo sanguíneo, o calor acentua o efeito oposto dessa resposta.

“Como assim?”. Bom, a vasodilatação, que é a ação da temperatura alta, ajuda a “recolher” metabólitos e líquidos provenientes da inflamação, de modo a “purificar” a área e ainda proporcionar um relaxamento muscular. E nessa situação o método é usado após a fase aguda, quando o processo inflamatório e edema (inchaço) já estão instalados.

Seja um trauma/lesão antiga ou não, o importante é procurar sempre um especialista para avaliar o seu quadro. Quanto antes você tiver um diagnóstico, melhor será sua recuperação.

Dr. Adriano Marchetto – CRM 78.226